Nós podemos repetir a mágica?



É sempre surpreendente as poucas experiências interdisciplinares nas escolas e na maioria das vezes elas não são intencionais. Durante as assessorias pedagógicas do NTE Ananin e nas participações nas semanas pedagógicas das escolas é fácil perceber a satisfação dos professores e técnicos envolvidos em atividades escolares onde os alunos protagonizaram e transcenderam as disciplinas e os resultados esperados. O que se percebe é que essas experiências, apesar de um resultado positivo, não foram planejadas com fins interdisciplinares, quase sempre são atividades ligadas a um evento do calendário escolar, que sem a fortuidade ou interesse individual de um aluno ou de um professor ou de um técnico, seria a “mesmice” de todo ano.
Não é fácil explicar o processo da mágica interdisciplinar onde ela não foi prevista e muito mais difícil é fazer a mágica se repetir, quando não se conhece o processo para que ela ocorra. É por isso que nos relatos de experiências positivas na escola, essas experiências parecem que ficaram presas a um passado e estamos impossibilitados de repeti-las no presente e no futuro.
Não podemos ficar a espera de uma mágica que pode ou não ocorrer. É preciso construir a mágica. E para isso é preciso conhecer sua essência, seu elementos e sistematiza-la como recurso permanente na construção do conhecimento e da formação de todos na comunidade escolar.
Como o calendário escolar é construído a partir de uma série de datas e eventos podemos questionar: qual é o elemento comum para que todas as atividades ocorram sem contratempo e principalmente, ocorram com o resultado esperado e nas datas previstas? Esse elemento é o planejamento pormenorizado, detalhado e socializado com a comunidade escolar e para que isso é necessária a participação de todos os envolvidos no planejamento anual.

Nós podemos repetir a mágica?
O planejamento detalhado de um evento pode se transformar em uma grande oportunidade de atividade interdisciplinar. Afora todas necessidades materiais, que já dariam um grande arsenal  para discussões das condições da educação no nosso país, os conhecimento prévios necessários para desenvolver um projeto nos levaria a interdisciplinaridade. Quando se dá a devida importância para todas as etapas de um planejamento, não tem como fugir da interdisciplinaridade.
Uma proposta de uma visitação de professores e alunos ao Parque Ambiental do Utinga, de um professor de geografia da Escola Profº José Valente Ribeiro, no bairro da Cabanagem (eu tenho dúvida se no município de Belém ou Ananindeua) alimentou a imaginação e criatividade de todos no encontro, para uma série de atividades que um professor ou uma disciplina, isoladamente, não daria conta de construir o conhecimento necessário nas etapas ANTES – DURANTE – DEPOIS da visitação. Passei o dia todo imaginando os desdobramentos possíveis para cada disciplina...
Uma atividade simples de visitação a um logradouro pode se transformar em uma mágica, o que para a maioria das escolas ainda não passa de um evento.
- O Parque Ambiental do Utinga apesar da pouca estrutura para visitação tem grande importância, constitui-se no principal manancial de água potável e reserva ambiental da região metropolitana de Belém.

Marco Aurélio – NTE Ananindeua

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